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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Chico Xavier Anti-doutrinário?




Uma pergunta: será que se o nosso querido Chico Xavier tivesse começando hoje a publicação de sua obra, incluindo a notável coleção de André Luiz, seria ele considerado pelas federações e outros órgãos de unificação espírita como anti-doutrinário?

Bem sabemos que quando o missionário do evangelho Francisco Cândido Xavier lançou o livro “Nosso Lar” o mesmo foi considerado pela “elite espírita” da época como obra de fantasia e que tratava-se de delírios do médium. Hoje, como sabemos, Chico Xavier e o espiritismo se confundem como uma coisa só.

Pois bem, Alan Kardec, em sua extensa codificação, diz que o Espiritismo é obra em evolução e que a propriedade da mesma não lhe pertence e sim aos espíritos que a transmitiram em diversas partes do mundo por diversos médiuns, cabendo ao adiantamento científico e moral do futuro a missão de aprimorá-lo de acordo com as vedardes que seriam reveladas e aprendidas.

Hoje temos  uma avalanche de obras que se auto-intitulam espírita ou espiritualista e que, após seus lançamentos, tem vendido “mais que água no deserto”.  Bem sabemos que não podemos nos entregar à ingenuidade descabida, asseverando que toda obra que fala de espiritualidade, salpicada de nomes de notáveis obreiros desencarnados é válida ou verdadeira. Lembrando o velho e atual ensinamento do mestre Jesus: “haverá falsos cristos e falsos profetas...”. Muitos desses livros possuem erros absurdos de gramática, assuntos empolados, idéias desconexas, oriundas dos subprodutos de mentes despreparadas, de médiuns e/ou de supostos “espíritos”, que visam tirar dinheiro dos neófitos com a venda de tais “obras espíritas” e que enchem os olhos dos incautos pela imaginação fantasiosa.

Mas a quem cabe o ato de separar o joio do trigo? Será que as federações espalhadas pelo Brasil tem a incumbência moral para ditar o que é ou não é doutrinário? O que garante ao movimento espírita que os mesmos integrantes destas organizações também não trazem a mente repleta de recalques ou clichês mentais herdadas do nosso passado católico-romano? Lembremos que, nesse período, apenas a igreja tinha o direito de ditar o que podíamos ou não saber ou ler.

Temos muitos “críticos de plantão” que, quando não compreendem ou não aceitam determinado médium ou livro, buscam fragmentos de textos da codificação kardecista para se ajustarem aos contextos que lhes convém. Buscando denegrir, sem caridade, a imagem do comunicante e do medianeiro.

Temos nas fileiras diretoras de casas espíritas e federações uma vasta maioria de almas que vierem do catolicismo ou tem impregnado em sua consciência as normas vividas em encarnações passadas nas correntes impostas pelo cristianismo deturpado de outras eras. Esses mesmo irmãos vieram com a incumbência de eliminar de si mesmos o ranço do autoritarismo e da intolerância, mas muitos deles quedam perante o próprio orgulho.

Devemos lembrar que a doutrina pertence aos Espíritos e não aos espíritas, cabendo a estes últimos a obra inacabada de transformarem a si mesmos. Dexemos a função de orientação aos valorosos e raros missionários que possuem compromissos coletivos e função de guias, os quais, nos iluminam o caminho por seus exemplos de humildade e renuncia e não vestidos com a toga de juiz, ordenando de seus gabinetes o que deve ou não ser estudado pela humanidade em evolução.

Portanto, amigos e companheiros no ideal espírita, não sejamos um poço de aceitação, nem de todas obras que nos chegam à mãos, como também, estejamos atentos àqueles que querem “pensar por nós”.

Um comentário:

  1. Atenhamo-nos a estimular nossas diversas "consciências" para não ser-mos "Exilados de Nós Mesmos"

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