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domingo, 28 de agosto de 2011

As Linhas Espirituais Estão Livres

- Sim, ele chegou bem, mas está se recuperando nas câmaras de retificação.

- Por favor, assim que ele acordar, diga a ele para me ligar. Estamos todos muito preocupados e saudosos aqui na terra.

- Não sei se será possível senhora, talvez possa demorar semanas até que ele se reestabeleça. Seis meses de sofrimento em uma cama de UTI terrena foi muito sofrimento antes do seu desencarne.

Esse diálogo acima, certamente, será comum nos próximos anos, quando a transcomunicação instrumental tornar-se comum entre o plano material e o espiritual. Esse será um dos benefícios do novo período de regeneração que a Terra acaba de entrar.

As novas tecnologias e situações sociais que, gradativamente, se estabelecerão no nosso planeta são impensáveis, até mesmos, para os mais aficionados em ficção cientifica, porém, serão fatos comuns no cotidiano do mundo em regeneração.

Todos sabem que ser espírita ou espiritualista não é privilégio, ao contrário, nos traz mais responsabilidades, mas, também, nos coloca em uma condição de conforto e esperança inarrável.

Vejam bem. Enquanto bilhões de encarnados discutem se há ou não vida após a morte (a maioria dos ocidentais tem certeza que a morte é o fim de tudo), nós já estamos conversando e desenvolvendo equipamentos que auxiliarão e, em muitos casos, substituirão a condição do médium comum na tarefa de comunicação entre as dimensões.

A nova condição humana será inimaginável nos anos vindouros, onde doenças crônicas, violência, a fome a e corrupção deixarão de existir e o respeito mútuo e a caridade serão tão comuns quanto hoje é o egoísmo.

Realmente vale o esforço de cada um no processo inadiável da reforma íntima. Não para nos tornarmos santos, pois sabemos que a evolução é lenta e não dá saltos, mas o ideal de sermos hoje melhor que ontem e amanhã, melhor que hoje é credencial indispensável para “herdarmos a terra” parafraseando o Mestre Jesus no Sermão da Montanha (Mateus 5:1 -11).

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

NASA Fotografa Naves Gigantescas nos Anéis de Saturno

Em entrevista com o Dr. Norman Bergrun, um pesquisador e jornalista da Revista UFO norte americana, divulgou a notícia de sinais recebidos pela sonda Cassini que se originaram, possivelmente,  de naves alienígenas.

Os misteriosos sinais captados de sondas espaciais como as antigas Voyager 1 e 2 e da sonda mais desenvolvida tecnologicamente: Cassini Huygens, são indícios da presença de naves gigantescas que operam nos arredores de Saturno - o segundo maior planeta do nosso sistema solar.

Sinal gravado pela sonda Cassini, em órbita próxima de Saturno

O Dr. Norman Bergrun trabalhou como pesquisador na NASA por 12 anos – depois na Lockheed Missiles and Space Company (atualmente Lockheed Martin), onde foi responsável pelo planejamento e análise de testes de voo para o lançamento do míssil Polaris da Marinha dos EUA. Durante seus treze anos de emprego na Lockheed, também serviu como um cientista responsável pelo desenvolvimento na área espacial e de satélites.

Norman Bergrun realizou um estudo detalhado das imagens de fotos enviadas pelas sondas espaciais da NASA,  Voyager 1 (lançada em 05 de Setembro de 1977) e Voyager 2 (lançada em 20 de Agosto de 1977), e imagens relacionadas com os anéis de Saturno. Ele descobriu como os anéis são formados por radiação eletromagnética emitidas pelos veículos (UFOs) gigantes (EMV) e que estes são controlados por uma forma de inteligência extraterrestre.

Em um estudo publicado em seu livro “Os Construtores dos Anéis de Saturno”, ele ressalta muitas pesquisas efetuadas sobre fotos coloridas de Saturno, cuja fonte era a NASA. Nossos parabéns ao Dr. Bergrun, da comunidade de investigação, pelos seus milhares de horas de estudo e análise de documentação para chegar às suas conclusões. O doutor afirma enfaticamente: “há gigantescas aeronaves espaciais (UFOs) estacionadas em Saturno”.

A presença de tais UFOs gigantes certamente é um dos mais importantes… segredos das descobertas feitas no espaço. Grandes veículos cilíndricos, pertencentes a uma civilização extraterrestre desconhecida e altamente sofisticada, e eles também estão presentes nas regiões de Marte e da Lua“ - afirma Norman  Bergrun.

Em 1996, o grande telescópio espacial Hubble estava à procura de novas luas em Saturno e Júpiter. Mas naquele dia, o telescópio foi capaz de tirar fotos infravermelhas de Saturno e nas fotografias foram descobertos enormes veículos misteriosos de origem desconhecida, e no entanto poderiam ser Naves Mães e/ou algum tipo de grandes naves alienígena de transporte.

Fotos tiradas pelo Telescópio Espacial Hubble em infravermelho









Uma dessas naves misteriosas parece ter um diâmetro próximo ao da Terra e outra tem cerca de 50 mil quilômetros de comprimento! Em seu livro “Os Construtores dos Anéis de Saturno”, o Dr. Norman R. Bergrun, em colaboração com Walter Vincenti, emérito professor de aeronáutica e astronáutica da Universidade de Stanford, descreveu que os anéis de Saturno de fato não são totalmente naturais, mas teriam sido construídos artificialmente a partir das gigantescas espaçonaves cilíndricas alienígenas – veículos que circulam nos arredores e anéis de Saturno . Quem estaria fazendo e criando esses anéis em Saturno e outros dispositivos artificiais em nosso sistema solar? Qual é a razão para tudo isso?

Não nos esqueçamos que o Coronel Philip Corso, em 1947, teve um encontro com um supsto ET de Zeta Reticuli. Neste encontro, Corso perguntou de qual planeta eles vieram, e quais eram os seus objetivos. A resposta foi a seguinte: Nós somos “OS CRIADORES”, mas também somos chamados de IGIGI. Eles são, portanto, os criadores, ou melhor, povoadores de mundos? Se lermos os textos antigos Sumérios (Enuma Elish), os famosos Nephilim foram descritos como criadores e os Guardiões do Universo.

Objetos cilíndricos com o diâmetro da Terra 

Não parecem querer nos contatar, pelo menos abertamente, por agora. Mas algo está se movendo nessa direção. Nós todos sabemos que estes seres – as civilizações extraterrestres – altamente avançados tecnologicamente, o que pode não significar nada em termos de evolução espiritual, a não ser para aqueles que endeusam a tecnologia, qualquer que seja ela, podem possuir tecnologias maravilhosas em nosso sistema solar. E é de grande ajuda ter veículos que podem ser medidos em tamanho com o diâmetro de planetas como a Terra.

Um veículo extraterrestre de uma escala tão grande, tem capacidade para suportar uma civilização inteira. Eles também poderiam criar imensos anéis em torno de planetas, como Saturno ou Júpiter, luas, satélites ou criar esses mesmos corpos em torno de suas naves.

Muitas destas espaçonaves podem estar ocultas nos anéis de Saturno

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Quem são esses tais "Capelinos"?

Certo grupo considerável de espíritos se caracterizava por um conjunto muito especial de qualidades e defeitos. Unidos entre si por fortes vínculos raciais, gostos e costumes, formavam uma sociedade extremamente solidária entre os seus membros, idealista e operosa, mas de exacerbada vaidade, orgulho impenitente e fanático exclusivismo.
Esses espíritos receberam o nome de Capelinos. Vieram da Constelação da Capela - Constelação de Cocheiro, que recebeu na Terra, o nome de Cabra ou Capela. A sua luz gasta 42 anos para chegar à face da Terra, considerando que a luz percorre o espaço com a velocidade aproximada de 300.000 quilômetros por segundo.
Capela ou Alfa Aurigae é, comprovadamente, um sistema de estrelas múltiplas que contém pelo menos 9 estrelas; duas delas são tidas como “gigantes amarelas”, com massa 2,6 e 2,7 vezes a massa do Sol e com dimensões que ultrapassam em 9 e 16 vezes o tamanho do Sol.
Pela força da lei divina, encarnaram na Terra, os Capelinos propuseram-se reencarnar em sucessivas ondas de nascimento na África para organizar uma civilização não somente dedicada aos engenhos materiais, mas voltada principalmente aos valores espirituais que eles próprios traziam na alma.
Suas potencialidades germinariam no Egito com o decorrer dos milênios, e eles repassariam, àquela civilização, conhecimentos valiosos que ficariam ali registrados e chegariam até os dias atuais classificados como maravilhas da humanidade. As artes, por eles desenvolvidas, e a suntuosidade de suas construções atestam os grandes conhecimentos que traziam do passado distante. O sentido oculto de sua religiosidade ainda hoje é motivo de estudo aprofundado para compreensão do elemento espiritual que cultuavam.
Tais fatos demonstram terem eles possuído um poder de raciocínio avançado de milênios em relação à época em que aqui viveram, e isso pode ser constatado por um simples confronto entre suas realizações da antiguidade e as obras executadas em épocas mais recentes pelo homem de intelecto comum. Por essa razão, há o reconhecimento da vantagem de intelecto substancial em relação à humanidade que lhes fora contemporânea.
As tribos maiores, estabelecidas ao longo do Nilo no início do período Neolítico (1), transformaram-se em pequenos reinos do antigo Egito.
Com o passar dos séculos, os pequenos reinos expandiram-se e juntaram-se uns aos outros por interesse de seus governantes. Segundo os primeiros vestígios encontrados pela arqueologia dão-nos conta de que, por volta de 3.500 a.C. coexistiram dois reinos no Egito: um no alto e outro no baixo Nilo.
Ambos organizados por leis baseadas em costumes; eram povos religiosos e conhecedores de várias ciências.
 O culto aos mortos e a crença na vida após a morte, faziam parte do cotidiano do povo, acentuaram-se no Egito do período arcaico por influência dos espíritos Capelinos, que trataram de ensinar que, além do corpo físico, há um corpo espiritual que lhe é reflexo, um molde chamado Ka(2) e em todo corpo há um espírito que sobrevive, o imortal Ba(3), representado nos afrescos por um pássaro com cabeça de homem.
Das grandes organizações sociais criadas pelos ex-capelinos, a hindu é a mais antiga, vindo depois a egípcia, a hebreia e finalmente a ariana. Remontam a mais ou menos dez mil anos os primeiros surtos de civilização terráquea, embora, a rigor, só os acontecimentos dos últimos cinco milênios sejam convictamente registrados pela História.
Em geral, as tábuas historiográficas começam as suas cronografias por volta do ano 3.000 a. C. assinalando apenas por tradição o estabelecimento do Império Tinita(4), inaugurado por Menés(5), unificador dos dois reinos egípcios.
Muitos dos Capelinos já retornaram ao seu sistema de origem, após cumprirem sua missão e alcançar suas metas íntimas, mas há ainda muitos Capelinos reencarnados na Terra, auxiliando-nos nesta fase de transição planetária.
Fontes: Exilados da Capella – Edgard Armond – Ed.Aliança, Pluralidade dos Mundos Habitados – Camille Flamarion – Ed.Ícone, Universo e Vida – Áureo/Hernani Sant´anna – Feb Editora, Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap.III – Allan Kardec – Feb Editora

1. Durante o Neolítico ou Idade da Pedra Polida ocorreram grandes transformações no clima e na vegetação. O continente europeu passou a contar com temperaturas mais amenas e observamos a formação do Deserto do Saara, na África.  Novas formas de organização social surgiam e, assim, as primeiras instituições políticas do homem podem ter sido formadas nessa mesma época.
2. Entre os antigos Egípcios, o Ka designava uma espécie de alma que acreditavam que existia, tanto nos homens, como nos deuses. O conceito em si é difícil de trasladar hoje para qualquer outra língua viva através de uma só palavra. Em português, o termo que melhor o poderá traduzir será talvez o de alma.
3. Entre os antigos Egípcios, o Ba designava um princípio/elemento metafísico, imaterial, invisível e volátil que conferia ao morto, na vida de além-túmulo, a capacidade de movimento. Era metaforicamente representado por uma ave pernalta.
4. Os antigos egípcios registram suas origens na Terra de Punt, que eles chamavam Ta Netjeru, que significa "Terra dos Deuses", que atualmente acredita-se que seja a moderna Eritréia ou o Sudão. A Época Tinita refere-se a um período da história do Antigo Egito que inclui as primeira e segunda dinastias (ditas tinitas), datando de cerca de 3100 a.C. (após o período pré-dinástico) até cerca de 2700 a.C., quando se inicia o Antigo Império.
5. A identidade de Menés é um tema de debate em curso, embora o consenso geral dos egiptólogos identifica Menés como o faraó Narmer (também creditado como unificador do Egito) como o primeiro faraó, evidenciado por diferentes titularias reais nos registros históricos e arqueológicos, respectivamente.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Ligue 0800 Para o Plano Espiritual


A Transcomunicação Instrumental é um recurso que permite a comunicação entre encarnados e desencarnados por meio de aparelhos eletrônicos. Esse processo pode ser utilizado como prova científica quanto à sobrevivência da alma (principio inteligente) após a morte do corpo físico. 

Friedrich Jurgenson nasceu no ano de 1903, em Nova Odessa, Ucrânia. No dia 12 de junho de 1959 resolveu gravar o canto dos pássaros e quando foi ouvir a gravação, surgiu uma voz masculina expressando-se em norueguês.

Outro grande pesquisador o Dr. Konstantin Raudine, que iniciou suas pesquisas após ter lido o livro de Friedrich Jurgenson. Inicialmente, as experiências dos dois juntos só produziram vozes pouco claras. A partir do dia 10 de junho de 1965 passaram a obter bons resultados. Essa gravação foi obtida por meio de um radio rádio. Esse método consiste em sintonizar o aparelho de rádio acoplado a um gravador.

As técnicas vêm evoluindo com rapidez. Inicialmente os pesquisadores do setor não dispunham de qualquer tipo de orientação, muitos deles seguiram a própria intuição para desenvolver seus métodos. Os resultados que foram surgindo eram considerados positivos. Porém, nos últimos anos, as técnicas alcançaram uma evolução notável; o que começou com um simples gravador e evoluiu para os telefonemas para o plano espiritual ou interdimensional, inclusive com sincronia de som e imagens.

Vídeo onde vemos imagens gravadas

Aqui no Brasil, segundo a estudiosa do assunto Érika Silveira, a primeira experiência ocorreu em uma noite, onde o Dr. Hernani Guimarães Andrade – Instituto Brasileiro de Pesquisas Psicobiofísicas – IBPP – acionou o gravador e deixou um rádio ligado ao lado, técnica que hoje se sabe que não é a ideal. Acabou se distraindo e, quando percebeu, a voz do locutor havia mudado para uma voz grave e arrastada. Relata também que tem acompanhado de perto vários experimentos realizados por amigos do exterior, mas diz que ainda utilizam processos antiquados de gravações, com gravadores comuns. Metodologia considerada ultrapassada para atualidade, já que desde 1998 introduziram a gravação direta em computadores, conseguindo inúmeros avanços que têm sido usados por outros pesquisadores.

A escritora Marlene Nobre em seu mais recente livro “Não Será em 2012” narra que o próprio Chico Xavier alertava para essa tecnologia que teriam grande avanço no terceiro milênio.

Imaginemos quando os encarnados poderão contatar o “plano de lá” utilizando um simples celular; ideia muito mais audaz que qualquer autor de ficção cientifica ousou a sonhar.

Mensagem narrada em áudio


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

PAI TÔ COM FOME

Ricardinho não aguentou o cheiro bom do pão e falou:

- Pai, tô com fome!

O pai Agenor, sem ter um tostão no bolso, caminhando desde muito cedo em busca de um trabalho, olha com os olhos marejados para o filho e pede mais um pouco de paciência...

- Mas pai, desde ontem não comemos nada, eu tô com muita fome, pai!

Envergonhado, triste e humilhado em seu coração de pai, Agenor pede para o filho aguardar na calçada enquanto entra na padaria a sua frente...

Ao entrar dirige-se a um homem no balcão:

- Meu senhor, estou com meu filho de apenas 6 anos na porta, com muita fome, não tenho nenhum tostão, pois sai cedo para buscar um emprego e nada encontrei, eu lhe peço que em nome de Jesus me forneça um pão para que eu possa matar a fome desse menino, em troca posso varrer o chão de seu estabelecimento, lavar os pratos e copos, ou outro serviço que o senhor precisar!!!

Amaro, o dono da padaria estranha aquele homem de semblante calmo e sofrido, pedir comida em troca de trabalho e pede para que ele chame o filho...

Agenor pega o filho pela mão e apresenta-o a Amaro, que imediatamente pede que os dois sentem-se junto ao balcão, onde manda servir dois pratos de comida do famoso PF (Prato Feito) - arroz, feijão, bife e ovo...

Para Ricardinho era um sonho, comer após tantas horas na rua...

Para Agenor, uma dor a mais, já que comer aquela comida maravilhosa fazia-o lembrar-se da esposa e mais dois filhos que ficaram em casa apenas com um punhado de fubá...

Grossas lágrimas desciam dos seus olhos já na primeira garfada...

A satisfação de ver seu filho devorando aquele prato simples como se fosse um manjar dos deuses, e lembrança de sua pequena família em casa, foi demais para seu coração tão cansado de mais de 2 anos de desemprego, humilhações e necessidades...

Amaro se aproxima de Agenor e percebendo a sua emoção, brinca para relaxar:

- Ô Maria! Sua comida deve estar muito ruim... Olha o meu amigo está até chorando de tristeza desse bife, será que é sola de sapato?

Imediatamente, Agenor sorri e diz que nunca comeu comida tão apetitosa, e que agradecia a Deus por ter esse prazer...

Amaro pede então que ele sossegue seu coração, que almoçasse em paz e depois conversariam sobre trabalho...

Mais confiante Agenor enxuga as lágrimas e começa a almoçar, já que sua fome já estava nas costas...

Após o almoço, Amaro convida Agenor para uma conversa nos fundos da padaria, onde havia um pequeno escritório...

Agenor conta então que há mais de 2 anos havia perdido o emprego e desde então, sem uma especialidade profissional, sem estudos, ele estava vivendo de pequenos “biscates” aqui e acolá, mas que há 2 meses não recebia nada...

Amaro resolve então contratar Agenor para serviços gerais na padaria e, penalizados, faz para o homem uma cesta básica com alimentos para, pelo menos, 15 dias...

Agenor com lágrimas nos olhos agradece a confiança daquele homem e marca para o dia seguinte seu início no trabalho...

Ao chegar em casa com toda aquela 'fartura', Agenor é um novo homem sentia esperanças, sentia que sua vida iria tomar novo impulso...

Deus estava lhe abrindo mais do que uma porta, era toda uma esperança de dias melhores...

No dia seguinte, às 5 da manhã, Agenor estava na porta da padaria ansioso para iniciar seu novo trabalho...

Amaro chega logo em seguida e sorri para aquele homem que nem ele sabia porque estava ajudando...

Tinham a mesma idade, 32 anos, e histórias diferentes, mas algo dentro dele chamava-o para ajudar aquela pessoa...

E, ele não se enganou - durante um ano, Agenor foi o mais dedicado trabalhador daquele estabelecimento, sempre honesto e extremamente zeloso com seus deveres...

Um dia, Amaro chama Agenor para uma conversa e fala da escola que abriu vagas para a alfabetização de adultos um quarteirão acima da padaria, e que ele fazia questão que Agenor fosse estudar...

Agenor nunca esqueceu seu primeiro dia de aula: a mão trêmula nas primeiras letras e a emoção da primeira carta...

Doze anos se passam desde aquele primeiro dia de aula...

Vamos encontrar o Dr. Agenor Baptista de Medeiros, advogado, abrindo seu escritório para seu cliente, e depois outro, e depois mais outro...

Ao meio dia ele desce para um café na padaria do amigo Amaro, que fica impressionado em ver o 'antigo funcionário' tão elegante em seu primeiro terno...

Mais dez anos se passam, e agora o Dr. Agenor Baptista, já com uma clientela que mistura os mais necessitados que não podem pagar, e os mais abastados que o pagam muito bem, resolve criar uma Instituição que oferece aos desvalidos da sorte, que andam pelas ruas, pessoas desempregadas e carentes de todos os tipos, um prato de comida diariamente na hora do almoço...

Mais de 200 refeições são servidas diariamente naquele lugar que é administrado pelo seu filho, o agora nutricionista Ricardo Baptista...

Tudo mudou e tudo passou, mas a amizade daqueles dois homens, Amaro e Agenor, impressionava a todos que conheciam um pouco da história de cada um...

Contam que, aos 82 anos, os dois faleceram no mesmo dia, quase que na mesma hora, morrendo placidamente com um sorriso de dever cumprido...

Ricardinho, o filho, mandou gravar na frente da “Casa do Caminho”, que seu pai fundou com tanto carinho:

“Um dia eu tive fome, e você me alimentou. Um dia eu estava sem esperanças e você me deu um caminho. Um dia acordei sozinho, e você me deu Deus, e isso não tem preço. Que Deus habite em seu coração e alimente sua alma. E, que te sobre o pão da misericórdia para estender a quem precisar.”

Parafraseando o querido Chico Xavier:

“Embora não possamos voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Misão Espiritual do Planeta Júpiter


Revista Espírita, agosto de 1858 - (por Victorien Sardou)

Um grande motivo de espanto para certas pessoas, convencidas, aliás, da existência dos Espíritos (não vou aqui me ocupar das outras), é que tenham, como nós, suas habitações e suas cidades. Não me pouparam as críticas: "Casas de Espíritos em Júpiter!... Que gracejo!..." - Gracejo, se assim o deseja; nada tenho com isso. Se o leitor não encontra aqui, na verossimilhança de explicações, uma prova suficiente de sua verdade; se não está surpreso, como nós, quanto ao perfeito acordo dessas revelações espíritas com os dados mais positivos da ciência astronômica; se não vê, numa palavra, senão uma hábil mistificação nos detalhes que seguem e nos desenhos que os acompanham, convido-o a se explicar com os Espíritos, dos quais não sou senão um instrumento e o eco fiel. Que ele evoque Palissy ou Mozart ou de outro habitante dessa morada bem-aventurada, que o interrogue, que controle minhas afirmações pelas suas, enfim, que discuta com ele: porque, por mim, não faço senão apresentar aqui o que me foi dado, senão repetir o que me foi dito; e para esse papel absolutamente passivo, creio-me ao abrigo tanto da censura como também do elogio.

Bernard Palissy
Feita essa reserva, e uma vez admitida a confiança nos Espíritos, aceita como verdade a única doutrina verdadeiramente bela e sábia que a evocação dos mortos nos revelou até hoje, quer dizer, a migração das almas de planetas em planetas, suas encarnações sucessivas e seu progresso incessante pelo trabalho, as habitações de Júpiter não terão mais motivo para nos espantar. Desde o momento em que um Espírito se encarna em um mundo submetido, como o nosso, a uma dupla revolução, quer dizer, à alternativa de dias e de noites e ao retorno periódico das estações, do momento em que ele possui um corpo, esse envoltório material, tão frágil, não pede senão uma alimentação e roupas, mas também um abrigo ou, pelo menos, um lugar de repouso, consequentemente uma moradia. Com efeito, é bem o que nos foi dito. Como nós, e melhor do que nós, os habitantes de Júpiter têm seus lares comuns e suas famílias, grupos harmônicos de Espíritos simpáticos, unidos no triunfo depois de sê-lo na luta: daí as habitações tão espaçosas, as quais se pode aplicar, com justiça, o nome de palácios. Ainda como nós, esses Espíritos têm suas festas, suas cerimônias, suas reuniões públicas: daí certos edifícios especialmente destinados a esses usos. É preciso prever, enfim, encontrar nessas regiões superiores toda uma Humanidade ativa e laboriosa, como a nossa, submetida como nós às suas leis, às suas necessidades, aos seus deveres; mas com essa diferença de que o progresso, rebelde aos nossos esforços, torna-se uma conquista fácil para os espíritos desligados, como eles o são, de nossos vícios terrestres.

Não deveria me ocupar aqui senão da arquitetura das suas habitações, mas para a própria inteligência dos detalhes que vão seguir uma palavra de explicação não será inútil. Se Júpiter não é abordável senão pelos bons Espíritos, não se segue que seus habitantes sejam todos excelentes no mesmo grau: entre a bondade do simples e a do homem de gênio, é permitido contar muitos graus. Ora, toda a organização social desse mundo superior repousa precisamente sobre essas variedades de inteligências e de aptidões; e, em razão de leis harmoniosas, que seria muito longo explicar nesse artigo, aos Espíritos mais elevados, os mais depurados, é que pertence a alta direção de seu planeta. Essa supremacia não se detém aí; ela se estende até os mundos inferiores, onde esses Espíritos, por suas influências, favorecem e ativam sem cessar o progresso religioso, gerador de todos os outros. E necessário acrescentar que, para esses Espíritos depurados, não poderia ser questão senão de trabalho de inteligência, que sua atividade não se exerce mais do que no domínio de seu pensamento, e que adquiriram bastante domínio sobre a matéria para não serem, senão fracamente, entravados por ela no livre exercício de suas vontades? Os corpos de todos esses Espíritos, e, aliás, de todos os Espíritos que habitam Júpiter, é de uma densidade tão leve que não se pode lhe encontrar termo de comparação senão nos fluidos imponderáveis; um pouco maior do que o nosso, do qual reproduz exatamente a forma, porém mais pura e mais bela, se nos oferece sob a aparência de um vapor (emprego com pesar essa palavra que designa uma substância ainda muito grosseira),  digo, imperceptível e luminoso, luminoso sobretudo nos contornos do rosto e da cabeça; porque aqui a inteligência e a vida irradiam como um foco ardente; e é bem esse clarão magnético, entrevisto pelos visionários e profetas cristãos, e que nossos pintores traduziram pelo nimbo e pela auréola dos santos.


Concebe-se que tal corpo não dificulte, senão fracamente, as comunicações extramundanas desses Espíritos, e que lhes permite mesmo, em seu planeta, um deslocamento pronto e fácil. Ele escapa tão facilmente à atração planetária e sua densidade difere tão pouco da atmosfera, que pode aí se mover, ir e vir, descer ou subir, ao capricho do Espírito e sem outro esforço que o da sua vontade. Tanto que algumas personagens que Palissy consentiu me fazer desenhar, estão representadas ao rasante do solo, ou à flor da água, ou muito elevadas no ar, com toda liberdade de ação e de movimentos que emprestamos aos nossos anjos. Essa locomoção é tanto mais fácil para o Espírito quanto mais esteja depurado, e isso se concebe sem dificuldade; também nada é mais fácil, aos habitantes do planeta, que estimar, à primeira vista, o valor de um Espírito que passa; dois sinais falarão por ele: a altura do seu voo e a luz mais ou menos brilhante de sua auréola, sendo assim, não se pode esconder sua personalidade e nível de evolução.

Em Júpiter, como por toda parte, aqueles que voam mais alto são os mais raros; abaixo deles, é preciso contar várias camadas de Espíritos inferiores, em virtude como em poder, mas naturalmente livres para igualá-los, um dia, em se aperfeiçoando. Escalonados e classificados segundo seus méritos, estes são votados mais particularmente aos trabalhos que interessam ao próprio planeta, e não exercem, sobre os mundos inferiores, a autoridade todo-poderosa dos primeiros. Eles respondem, é verdade, a uma evocação, com palavras sábias e boas, mas à pressa que tem em nos deixar, ao resumo de suas palavras, é fácil de compreender que têm muito a fazer em diversos lugares, e que não estão ainda bastante libertos para irradiarem, ao mesmo tempo, sobre dois pontos tão distantes um do outro. Enfim, depois dos menos perfeitos desses Espíritos, mas separados deles por um abismo, vêm os animais que, como os únicos serviçais e os únicos obreiros do planeta, merecem uma menção toda especial.

Se, designamos, sob esse nome de animais, os seres bizarros que ocupam a base da escala, foi porque os próprios Espíritos o puseram em uso e, aliás, nossa própria língua não tem termo melhor para oferecer. Essa designação os deprecia um pouco; mas chamá-los de homens seria exagero: com efeito, são Espíritos votados à animalidade, talvez por longo tempo, talvez para sempre; porque nem todos os Espíritos estão de acordo sobre esse ponto, e a solução do problema parece pertencer a mundos mais elevados do que Júpiter, mas, qualquer que seja o seu futuro, não há com que se enganar quanto ao seu passado. Esses Espíritos, antes de irem para lá, emigraram sucessivamente em nossos baixos mundos, do corpo de um animal para o de outro, em uma escala de aperfeiçoamento perfeitamente graduada. O estudo atento dos nossos animais terrestres, seus costumes, seus caracteres individuais, sua ferocidade longe do homem, e sua domesticação lenta, mas sempre possível, tudo isso atesta suficientemente a realidade dessa ascensão animal.



À espera das cartas prometidas, que facilitarão o estudo de todo o planeta, podemos, pelas descrições feitas pelos Espíritos, fazer-nos uma ideia de sua grande cidade, da cidade por excelência, desse foco de luz e de atividade que concordam em designar sob o nome, estranhamente latino, de Julnius.

"Sobre o maior dos nossos continentes, disse Palissy, em um vale com cerca de quatro mil e setecentos quilômetros de largura, para contar como vós, um rio magnífico descendo das montanhas do norte, e aumentado por uma multidão de torrentes e de ribeirões, forma, em seu percurso, sete a oito lagos, dos quais o menor mereceria, entre vós, o nome de mar. Foi sobre as margens do maior desses lagos, batizado por nós com o nome de a “Pérola”, que nossos ancestrais lançaram os primeiros fundamentos de Julnius. Essa cidade primitiva ainda existe venerada e conservada como uma preciosa relíquia. Sua arquitetura difere muito da terrena. Explicar-te-ei tudo isso a seu tempo: saiba apenas que a cidade moderna está a uns cem metros mais abaixo da antiga. O lago, encaixado nas altas montanhas, se derrama no vale por oito cataratas enormes, que formam igualmente correntes isoladas e dispersas em todos os sentidos. Com a ajuda dessas correntes, nós mesmos cavamos, na planície, uma multidão de riachos, de canais e de tanques, não reservando a terra firme senão para nossas casas e nossos jardins. Disso resultou uma espécie de cidade anfíbia, como vossa Veneza, e da qual não se poderia dizer, à primeira vista, se está edificada sobre a terra ou sobre a água. Não te digo nada hoje de quatro edifícios sagrados, construídos sobre a própria vertente das cataratas, de sorte que a água jorra em abundância de seus pórticos: aí estão obras que vos pareceriam inacreditáveis pela grandeza e audácia.

"É a cidade fundada no solo que descrevo aqui, a cidade de alguma sorte material, a das ocupações planetárias, a que chamamos, enfim, a Cidade baixa. Ela tem suas ruas, ou antes, seus caminhos, traçados para o serviço interior; tem suas praças públicas, seus pórticos e suas pontes lançadas sobre os canais para a passagem dos servidores. Mas a cidade inteligente, a cidade espiritual, a verdadeira Julnius, enfim, não é no solo jupteriano que é preciso procurá-la, é no ar”.

"Ao corpo material de nossos animais, incapazes de voarem, é preciso de terra firme; mas o que nosso corpo fluídico e luminoso exige, é de residências aéreas como ele próprio, quase impalpável e móvel ao gosto de nosso capricho. Nossa habilidade resolveu esse problema, com a ajuda do tempo e das condições privilegiadas que o Grande Arquiteto nos havia dado. Compreenda bem que essa conquista dos ares era indispensável a Espíritos como os nossos. Nosso dia é de cinco horas, e nossa noite de cinco horas igualmente; mas tudo é relativo, e para seres prontos para pensarem e agirem como nós o somos, para Espíritos que se compreendem pela linguagem dos olhos e que sabem se comunicar, magneticamente, à distância, nosso dia de cinco horas igualaria já em atividade uma de vossas semanas. Era ainda muito pouco, na nossa opinião, e a imobilidade da morada, o ponto fixo da sede era um entrave para todas as nossas grandes obras. Hoje, pelo deslocamento fácil dessas moradas de pássaros, pela possibilidade de transportar, nós e os outros, em tal lugar do planeta e tal hora do dia que nos aprazasse, nossa existência é pelo menos dobrada, e com ela tudo o que pode criar de útil e de grande”.

Exemplo de uma residência em Júpiter
“É preciso, todavia, deles excetuar certos animais munidos de asas e reservados para o serviço aéreo, e para os trabalhos que exigiriam, entre nós, o emprego de madeiramentos. São uma transformação da ave, como os animais descritos mais acima são uma transformação dos quadrúpedes”.

"Em certas épocas do ano” - acrescentou o Espírito – “em certas festas, por exemplo, verias aqui o céu obscurecido pelo enxame de habitações que vêm de todos os pontos do horizonte”. É um curioso conjunto de casas esbeltas, graciosas e leves, de toda forma, de toda cor, balançando em toda altura, e continuamente a caminho da cidade baixa para a cidade celeste: Alguns dias depois, o vazio se faz pouco a pouco e todos esses pássaros voam.

"Nada falta a essas casas flutuantes, nem mesmo o encanto das plantas e das flores. Falo de uma vegetação sem exemplo entre vós, de plantas, de arbustos mesmo destinados, pela natureza de seus órgãos, a respirar, a se alimentar, a viver e a se reproduzir no ar”.

"Nós temos” - disse o mesmo Espírito - “dessas moitas de flores enormes, das quais não poderíeis imaginar nem as formas nem as nuanças, e de uma leveza de tecido que as torna quase transparentes. Balançando no ar, onde longas folhas as sustem, e armadas de gavinhas semelhantes às da videira, se reúnem em nuvens de mil cores ou se dispersam ao sabor do vento e preparam encantador espetáculo aos visitantes da cidade baixa... Imagine a graça dessas jangadas de plantas, desses jardins flutuantes que nossa vontade pode fazer e desfazer e que duram, às vezes, toda uma estação! Longas fiadas de cipó de ramos floridos se destacam das alturas e pendem até a terra, pencas enormes se agitam exalando seus perfumes e suas pétalas que se desfolham... Os Espíritos que atravessam o ar aí se detêm na passagem: é um lugar de repouso e de reencontro, e, querendo-se, um meio de transporte para amenizar a viagem, sem fadiga e em companhia."

Outro Espírito estava sentado sobre uma dessas flores no momento em que eu o evoquei.

"Nesse momento”, - disse-me ele – “é noite em Julnius, estou sentado à parte sobre uma dessas flores aéreas que não desabrocham aqui senão à claridade de nossas luas. Sob meus pés toda cidade baixa dorme; mas sobre minha cabeça e ao meu redor, a perder de vista, não há senão movimento e alegria no espaço. Dormimos pouco: nossa alma é muito desligada para que as necessidades do corpo sejam tirânicas; e a noite é mais feita para nossos servidores do que para nós mesmos. É a hora das visitas e das longas conversas, de visitantes solitários, de fantasias, da música. Não vejo senão moradas aéreas resplandecentes de luzes ou jangadas de folhas e de flores carregadas de bandos alegres. A primeira de nossas ruas clareia toda a cidade baixa: é uma doce luz comparável a de vosso luar; mas, do lado do lago, a segunda se eleva, e esta tem reflexos esverdeados que dão a todo o rio o aspecto de um grande gramado...

Mozart
“É sobre a margem direita desse rio, cuja água”, - disse o Espírito – “te ofereceria a consistência de um leve vapor, que está construída a casa de Mozart, que Palissy consentiu fazer-me desenhar sobre cobre. Não dou aqui senão a fachada sul. A grande entrada está à esquerda, sobre a planície; à direita está o rio, ao norte e ao sul estão os jardins”. - Perguntei a Mozart quem eram os seus vizinhos. - "Mais alto, disse, e mais baixo, há dois Espíritos que tu não conheces; mas à esquerda, não estou separado senão por uma grande campina do jardim de Cervantes.

Miguel de Cervantes
A casa tem quatro faces como as nossas, do que seria errado, todavia, fazer uma regra geral. Ela está construída com pedra que os animais tiram das pedreiras do norte, é das quais o Espírito compara a cor a esses tons esverdeados que toma, frequentemente, o azul do céu no momento em que o sol se põe. Quanto à sua duração pode-se fazer uma ideia por esta observação de Palissy, que ela derreteria sob nossos dedos humanos tão rapidamente quanto um floco de neve: ainda está aí uma das matérias mais resistentes do planeta! Sobre essa parede os Espíritos esculpiram ou incrustaram os estranhos arabescos. São ornamentos escavados nas pedras e coloridos em seguida, ou incrustações limitadas à solidez da pedra verde, por um procedimento que está muito em voga agora, e que conserva nos vegetais toda a graça de seus contornos, toda a finura de seus tecidos, toda a riqueza de seu colorido.

"Uma descoberta - acrescentou o Espírito - que fareis algum dia e que mudará entre vós muitas coisas."

Morada de Mozart
A grande janela da direita apresenta um exemplo de gênero de ornamentação, uma de suas bordas não é outra coisa senão um caniço enorme do qual se conservaram as folhas. Ocorre o mesmo com o coroamento da janela principal, que apresenta a forma de claves de sol: são plantas sarmentosas enlaçadas e petrificadas. E por esse procedimento que eles obtêm a maioria dos coroamentos de edifícios, de grades, de balaústres, etc. Frequentemente mesmo, a planta é colocada na parede, com suas raízes, em condições de crescer livremente. Ela cresce, se desenvolve; suas folhas desabrocham ao acaso, e o artista não a congela no lugar senão quando adquiriu todo o desenvolvimento desejado para a ornamentação do edifício: a casa de Palissy é quase inteiramente decorada desse modo.

Destinada primeiro unicamente aos móveis, depois às molduras de portas e de janelas, esse gênero de ornamento se aperfeiçoou pouco a pouco e acabou por invadir toda a arquitetura. Hoje, não são apenas a flor e o arbusto que se petrificam no estado, mas a própria árvore da raiz ao topo; e os palácios, como os edifícios sagrados quase nada mais têm de outras colônias.

Uma petrificação da mesma natureza serve também para a decoração das janelas. De flores ou de folhas muito amplas, são habilmente despojadas de sua parte carnuda: não resta mais do que uma rede de fibras, tão fina quanto a mais fina musselina. E cristalizada, e dessas folhas unidas com arte, constrói-se toda uma janela, que não deixa filtrar, para o interior, senão uma luz muito doce: ou bem as reveste com uma espécie de vidro líquido e colorido com todas as nuanças, que se endurece no ar e que transforma a folha em uma espécie de vidraça. Do conjunto dessas folhas resultam, para janelas, encantadores bosquezinhos transparentes e luminosos.

O leitor deve ter compreendido, depois de todo exposto, que a casa do continente não deve ser para o Espírito senão uma espécie de pequena casa de passagem. A cidade baixa quase não é frequentada, senão por Espíritos de segunda ordem, encarregados dos interesses planetários, da agricultura, por exemplo, ou das trocas e da boa ordem a manter entre os servidores. Também todas as casas que repousam sobre o solo, geralmente, não têm senão um térreo e um andar: um destinado aos Espíritos que agem sob a direção do senhor, e acessível aos animais; o outro, reservado só ao Espírito, que nele passa, apenas, breves períodos. 

Zoroastro
É isso que explica por que vemos, nas várias casas de Júpiter, nesta, por exemplo, e na de Zoroastro, uma escada e mesmo uma rampa. Aquele que rasa a água como uma andorinha, e que pode correr sobre as hastes de trigo sem curvá-las, dispensa muito bem escada e rampa para entrar em sua casa; mas os Espíritos inferiores não têm o voo tão fácil: não se elevam senão pela agitação, e a rampa não lhes é sempre inútil. Enfim, a escada é absoluta necessidade para os animais serviçais, que não caminham senão como nós. Estes últimos têm também seus compartimentos, muito elegantes, de resto, que fazem parte de todas as grandes habitações; mas suas funções os chamam, constantemente, à casa do senhor: é preciso facilitar-lhes a entrada e o percurso interior. Daí essas construções bizarras, que, pela base, assemelham-se ainda aos nossos edifícios terrestres, e que deles diferem absolutamente pelo vértice.

Este se distingue, sobretudo, por uma originalidade que seríamos incapazes de imitar. É uma espécie de flecha aérea que se balança sobre o alto do edifício, acima da grande janela de seu original coroamento. Esse frágil escaler, fácil de deslocar e, todavia, destinado, no pensamento do artista, a não deixar o lugar que lhe foi assinalado, porque sem repousar em nada sobre o cume, completa, no entanto, a decoração, e lamento que a dimensão da prancha não haja permitido que nela encontrasse lugar. Quanto à morada de Mozart não tenho aqui senão que contatar-lhe a existência: os limites desse artigo não me permitem estender-me sobre esse assunto.

Clave de Sol
Não terminaria, todavia, sem me explicar, de passagem, sobre o gênero de ornamentos que o grande artista escolheu para a sua moradia. É fácil neles reconhecer a lembrança de nossa música terrestre: a clave de sol ai está frequentemente repetida, e, coisa bizarra, jamais a clave de fá!. Na decoração do térreo encontramos um arco de violino, uma espécie de grande alaúde ou de bandolim, uma lira e toda uma pauta musical. Mais alto, é uma grande janela que lembra, vagamente, a forma de um órgão; os outros têm aparência de grandes notas, e notas menores são abundantes por sobre toda a fachada.

Seria erro de isso concluir que a música de Júpiter seja comparável à nossa, e que se conta pelos mesmos sinais: Mozart explicou-se sobre ela de modo a não deixar dúvidas a esse respeito; mas os Espíritos lembram, de bom grado, na decoração de suas casas, a missão terrestre que lhes mereceu a encarnação em Júpiter e que resume melhor o caráter de sua inteligência. Assim, na casa de Zoroastro são os astros e a chama que fazem todos os detalhes da decoração.

Torre Saint Jaques
Há mais, parece que esse simbolismo tem suas regras e seus segredos. Todos esses ornamentos não estão dispostos ao acaso, têm sua ordem lógica e sua significação precisa; mas é uma arte que os Espíritos de Júpiter renunciam em nos fazer compreender, pelo menos até este dia, e sobre a qual não se explicam de bom grado. Nossos velhos arquitetos empregaram também o simbolismo na decoração de suas catedrais; e a torre de Saint-Jacques não é nada menos que um poema hermético, se se crê na tradição. Nada há, pois, para nos espantar na estranheza e na decoração arquitetônica em Júpiter; se ela contradiz nossas ideias quanto à arte humana, é que há, com efeito, todo um abismo entre uma arquitetura que vive e que fala e uma alvenaria, como a nossa, que nada prova. Nisso, como em toda outra coisa, a prudência nos proíbe esse erro do relativo que quer tudo conduzir às proporções e aos hábitos do homem terrestre. Se os habitantes de Júpiter estivessem alojados como nós, se comessem, vivessem, dormissem e andassem como nós, não haveria grande proveito em subir para lá. É bem porque seu planeta difere absolutamente do nosso que desejamos conhecê-lo, e sonhá-lo como nossa futura morada!

De minha parte, não perderia o meu tempo e estaria bem feliz por terem os Espíritos me escolhido para seu intérprete, se seus desenhos e suas descrições inspirarem, a uma única pessoa, o desejo de subir mais rápido para Julnius, e a coragem de tudo fazer para isso conseguir.

VICTORIEN SARDOU.

O autor dessa interessante descrição é um desses adeptos fervorosos e esclarecidos que não temem confessar francamente suas crenças, e se coloca acima da critica de pessoas que não creem em nada daquilo que sai do círculo de suas ideias. Ligar seu nome a uma doutrina nova, desafiando os sarcasmos, é uma coragem que não é dada a todo mundo, e felicitamos o senhor V. Sardou por tê-la. Seu trabalho revela o escritor distinto que, embora jovem ainda, já conquistou um lugar honroso na literatura, e une ao talento de escrever, os profundos conhecimentos de sábio; nova prova que o Espiritismo não recruta entre os tolos e os ignorantes. Fazemos votos para que o senhor Sardou complete, o mais rápido possível, seu trabalho tão felizmente começado. Se os astrônomos nos revelam, por suas sábias pesquisas, o mecanismo do Universo, os Espíritos, por suas revelações nos fazem conhecer o seu estado moral e isso, como eles dizem, com o objetivo de nos estimular ao bem, a fim de merecermos uma existência melhor.

Allan Kardec.