Médium foi um termo latino apropriado por Kardec que significa intermediário ou meio.
A mediunidade é um fenômeno natural que se manifesta em todos os seres e em todas as áreas da vida, sendo uns mais sensíveis que outros.
Se entendermos o corpo humano, mais especificamente o cérebro, como um “bio-robô” sensível a influencia espiritual, nós, na condição de espíritos, somos a primeira manifestação mediúnica em nosso próprio corpo.
Para compreender a atuação deste fenômeno é necessário primeiro entender a nossa constituição mental, astral e espiritual, e saber também quais são as influências que atuam sobre nós.
Ele tem função dúplice, de um lado ficar atento às necessidades do corpo, observando as percepções conscientes vindas dos cinco sentidos físicos e também das percepções inconscientes vindas do sistema nervoso. Do outro lado ele recebe as vibrações vindas através da identidade do “Eu” e dos planos mais sutis nos quais todos nós estamos imersos.
As nossas percepções sensitivas dependem de muitos fatores entre os quais, a tranqüilidade dos sentidos físicos e o nosso estado de concentração mental.
A nossa verdadeira identidade independe do corpo físico, uma prova disso é que, quando dormimos o nosso corpo fica isento de identidade e a sua respiração natural pode recuperar as energias gastas, durante o dia pela ação irradiante da vontade que normalmente lança energias através dos sentidos físicos.
A nossa identidade interna pode envolver-se com as vibrações do corpo físico, (através da atenção), neste caso a sua consciência fica no corpo, identificando-se com ele; ou então, pode desligar-se da consciência do corpo físico (com a sua atenção) e perceber melhor as vibrações vindas de outras identidades, encarnadas ou não encarnadas ou então perceber as energias emanadas no mundo manifestado como, por exemplo, a energia do mar, a energia do sol, a força da montanha, do fogo etc.
Quando um ente se aproxima de nós podemos sentir a sua presença e perceber a sua vibração, é claro que para isso é necessário desenvolver um mínimo de sensibilidade, mas isto é uma faculdade que pertence a todos os seres vivos e é só uma questão de vivência e um pouco de prática e observação.
O fenômeno de perceber a influencia extra-sensorial de outros seres, tanto encarnados ou desencarnados, e identificar-se com ela, chama-se mediunidade.
Para ilustrar este fenômeno, darei alguns exemplos: quando se mistura duas tintas de diferentes cores, resulta numa terceira que é a mistura das duas. Quando entramos em ambiente diferente gradualmente o nosso ser interior percebe a diferença e modifica a sua maneira de expressão adaptando-se ao ambiente (dependendo da resistência da força da vontade). Isto é o meio ambiente, tanto físico como espiritual tem forte influencia sobre nós. É claro que podemos resistir a qualquer influência que vem do exterior, mas, para isso devemos ter um espírito forte e bem preparado.
De outro lado, podemos querer colaborar com o meio ambiente e neste caso abrimos a nossa sensibilidade para perceber melhor a natureza das influencias e procuramos nos entregar à qualidade da influencia que chega até nos, neste caso a nossa vontade força a nossa natureza para entrar em maior ressonância e afinidade com a vibração que percebemos.
Em nenhum dos dois casos a influencia estranha não pode “encarnar” totalmente em nos a não ser que seja exatamente igual a nossa e isto sabemos que não existe na natureza, não existem dois seres iguais ou duas impressões digitais iguais, sempre vai haver uma diferença, isto é, as duas tintas sempre vão resultar numa terceira tonalidade.
No caso de mediunidade o fenômeno é igual, não importando o tipo da mediunidade, se é consciente ou inconsciente.
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Pela experiência de anos a fio posso dizer que a manifestação mediúnica deve ser tomada com muita cautela, deixando sempre uma abertura para que as distorções sejam superadas. A própria vontade consciente deve participar da absorção das informações recebidas.
Por isso a mediunidade deve ser usada exclusivamente na compreensão de assuntos que no momento ainda estão velados, como incentivo para a mente e para o espírito para poder penetrá-los melhor, ajudando-o a chegar a um entendimento mais profundo, sempre com as próprias forças.
Na mediunidade comum é necessário um pré-requisito do médium: a propensão ao contato com o plano astral que nem sempre abrange a consciência do médium. A entidade que está atuando através do médium consegue magnetizar o médium, levando-o a um estado hipnótico onde ele, o médium, perde a própria personalidade e assume a personalidade do ser desencarnado.
Nestes dois casos descritos acima a influência da mente do médium é fatal, pois toda a informação tem que passar através do filtro da personalidade do médium.
A não ser que nós envolvemos com um halo luminoso de proteção usando a força da nossa vontade e o poder do pensamento munido com a fé no divino, o nosso magnetismo pessoal estará aberto para milhares de entidades inferiores que nos rodeiam. Estas entidades não têm o direito de penetrar em nós e agir com a sua vontade independente, pois nós estamos munidos pela lei do livre arbítrio, mas, eles podem nos influenciar para que nós realizemos os seus desejos, de acordo com as suas tendências neste caso o carma assumido é todo nosso.
A mesma lei é aplicada nos casos da influencia das entidades da luz.
O ser humano geralmente está inconsciente das influencias que o penetram e pensa que é ele próprio que emana tais influencias, e acredita que tudo vem dele, por isso pode também acreditar que ele é o centro do mundo. Este pensamento é oposto à entrega total a Deus, quando o ser humano coloca a sua insignificância perante o universo criado onde tudo é controlado pela unidade universal.
Para podermos evitar as influencias inferiores que nos assolam, devemos alcançar um controle absoluto sobre a nossa natureza inferior, fazendo exercer o nosso livre arbítrio através da ação consciente da nossa vontade volitiva.
Para que os seres superiores de luz possam se manifestar mediunicamente, ou por ultrafania, é necessário que toda a nossa natureza inferior esteja sob pleno controle, não deverá haver nenhum pensamento ou desejo pessoal interferindo, caso contrario esta manifestação será gravemente contaminada pela natureza inferior do nosso ser.
Em tais casos os seres de luz que se aproximam acabam se afastando por saberem que a sua manifestação será distorcida além do aceitável.
Existe um limite de “fidelidade” numa manifestação mediúnica, pois, ela é sempre composta de dois seres diferentes, com bagagem cármica diferente e propósitos diferentes.
Na realidade só uma pequena porcentagem de essência luminosa, no caso de um ser de luz, consegue chegar até o plano material. Somente aquela parte que consegue entrar em ressonância com a mente do médium, e, neste caso a transmissão do pensamento divino pode ser muito restrito e limitado, às vezes não podendo transmitir a idéia global, mas ao mesmo tempo deixando a impressão que ele a transmitiu. Neste caso o médium recebe a carga negativa correspondente à falha cometida. Este fenômeno, acontecendo em longo prazo, aumenta a carga cármica do médium à níveis desastrosos.
Para ser um médium (dos seres de luz) de entidade em nível divino é necessário ser purificado pelo amor incondicional e isento de desejos pessoais de qualquer espécie, a totalidade da mente deve ser colocada sobre o altar da obra divina em oferta contínua de si mesmo, anulando-se por completo e entregando a sua vida à vontade divina.
Durante o fenômeno da ultrafania, o médium se eleva ao estado da consciência do ser que se manifesta e tem o registro de todas as sensações em sua memória. Este método de manifestação mediúnica é o símbolo da nova era na qual a humanidade terá o contato consciente com o divino.
Quanto mais o médium se identifica com a natureza da entidade mais fiel é a sua transmissão, mas vale ressaltar que o ambiente no qual opera o médium tem grande influencia sobre a qualidade da transmissão.
Objetivos da Mediunidade:
A comunicabilidade dos Espíritos com os encarnados não é um fato recente, mas antiqüíssimo, com a única diferença que, no passado, era atributo somente dos chamados iniciados e na atualidade, com o advento do Espiritismo, tornou-se fenômeno generalizado a todas as camadas sociais.
Segundo a Doutrina Espírita, as principais finalidades da comunicabilidade dos Espíritos são:
a) Esclarecimento, Instrução e Orientação aos Homens: Lembra Kardec, que a mediunidade assume hoje o papel que assumiram, no passado, duas grandes descobertas: o telescópio e o microscópio. O primeiro deveria fornecer ao homem informações concernentes ao macrocosmo e, ao segundo, detalhar o mundo infinitamente pequeno, ou seja, o microcosmo. Cabendo à mediunidade estudar o “Psicocosmo”, ou seja, o mundo dos Espíritos. Assim sendo, através da faculdade mediúnica, os benfeitores da humanidade, vivendo no plano dos desencarnados, podem veicular informações importantes relacionadas ao nosso progresso intelecto-moral.
b) Socorro a Espíritos em sofrimento: muitos indivíduos ao desencarnarem, por não terem desenvolvido uma consciência de eternidade, encontram dificuldades na sua adaptação ao mundo extra-físico; ansiedade, medo, sofrimentos morais diversos, perturbação, inconsciência da morte podem ser identificados em muitos desencarnados. A prática mediúnica é um dos recursos utilizados pela Espiritualidade Maior para socorrer e assistir a estes Espíritos.
c) Contribuir no aprimoramento moral do médium: aprendemos com a Doutrina Espírita que a faculdade mediúnica por si só não basta; o importante está na conduta moral daquele que é seu portador. Na base do intercâmbio espiritual está a lei de sintonia que diz que cada um será assistido por Espíritos em afinidade com seus sentimentos e suas emoções. Achando-se a mente na estrutura de todas as manifestações mediúnicas, torna-se imprescindível ao medianeiro enriquecer o pensamento, incorporando-lhe os tesouros morais e culturais.
Despertar Mediúnico:
Podemos perceber que esses delicados e sutis processos se mostram, de modo bem comum, nas crianças até sete anos de idade em média. Nesta fase da infância, os laços perispirituais (organizador biológico) com as células físicas por se encontrarem como que levemente atados e de fácil desligamento, propiciariam a mais fácil perceptibilidade da dimensão espiritual. Muitas crianças participam desses mecanismos, porém sem tradução exata dos mesmos; confundem a realidade física com a espiritual. Um observador atento, diante das atividades infantis pode catalogar muitos fatos de interesse, embora nem todos estejam ligados a uma participação espiritual.
Após os sete anos de idade, época, aproximadamente, em que os laços fluídicos do perispírito já se encontram bem definidos (atados), a realidade do mundo físico passa a ser a tônica dominante; contudo, alguns médiuns ostensivos, mesmo dentro desse período até a conclusão da adolescência, apresentam atividades mediúnicas sem óbices de qualquer natureza. O mais comum seria o despertar mediúnico, após a conclusão da adolescência, quando o organismo adquiriu a evolução física necessária, a fim de que as telas nervosas, bem mais amadurecidas e perfeitamente nutridas pelo conjunto das glândulas endócrinas, se possam adequar com mais precisão ao processo em pauta. Assim, entre os 17 e 20 anos seria a época do despertar mediúnicos nos mais sensíveis, a conservar-se de acordo com as possibilidades de desenvolvimento e exercícios, tanto mais positivo quanto mais expressivo for o esquema ético e moral.
Os fenômenos mediúnicos, quando obedecendo a um plano propositalmente preparado, dentro de componentes morais bem acentuados, podem tomar as características de missão, valendo a denominação de mediunato. Quando o processo se torna eventual, quase sem finalidade e alcance, sem aquela característica dinâmica do mediunato, valeria a denominação de simples mediunismo ou mediunidade estática, generalizada, pela inexistência dos valores que lhes dariam estruturação evolutiva.
Tenho aprendido muito com este estudo Marcelo!!
ResponderExcluirFicou ótimo o Blog!
Larissa P.
Mracelo, tudo bem? Rejane. Gostaria de te perguntar qual seria uma literatura SERIA e COMLETA sobre Umbanda vc não teria algo para me emprestar? Eu gostaria além do Robson P,mas
ResponderExcluirliteratura idonia entendeu?
Pessoas queridas,
ResponderExcluirFico muito feliz que os estudos estão agradando, mas preciso da ajuda de todos.
É muito comum as pessoas me pedirem literatura sobre Umbanda. É bom salientar que eu "Marcelo" entendo muito pouco dessa doutrina. Eu ando estudando sobre os novos conceitos espíritas (novos pelo menos para mim) que envolvem estes modelos de energia que falamos nos estudos, mas esses conceitos são fartos nos Livros do Médiuns do Kardec e na Trilogia Legião do Robson Pinheiro.
Porem, 90% dos estudos são inspirados pelos espíritos da casa, ou seja, não partiram de livros que que eu tenha lido (no mínimo nesta reencarnação), e estes ensinamentos, também são surpreendentes e novos para mim.
Grande abraço!
Olá vc tem algum material sobre ultrafania?
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